26 de jun. de 2008

Vergonha na cara

Todos nós já passamos por aquela situação de constrangimento total. Uma pergunta idiota em sala de aula, um hábito bizarro descoberto publicamente, um escorregão daqueles que todos em volta se seguram para não gargalhar.

Mas por que é tão ruim ficarmos envergonhados? Por que ficamos envergonhados, afinal? Será que rir da cara de um garoto que mijou nas calças vai ajudá-lo a se sentir melhor? Ou essa vergonha vai ensiná-lo uma lição?

Nelson demonstra sua técnica de zoação

A vergonha poderia ser uma punição que o nosso corpo nos impõe quando fazemos algo socialmente reprovável. Não queremos parecer retardados perante os que convivem socialmente conosco. Isso nos tiraria privilégios, nos faria, enfim, descer no conceito social. Dessa forma, o nosso corpo não pode “permitir” que coisas como uma pergunta muito burra passem impunes. Se passassem, não inibiríamos novas perguntas muito burras.

A vergonha, portanto, nos ensina o que é inadequado, ao relacionar uma sensação desagradável com atitudes reprováveis. O que é reprovável é definido pelos instintos e pela cultura da sociedade, em ação conjunta. Um exemplo: ser cuspido na cara em frente a outras pessoas, muito provavelmente, é motivo de vergonha em todas as culturas. Porém, culturas mais competitivas podem considerar uma derrota no totó um vexame, ao contrário de outras.

É claro que devemos considerar todas as nuances e particularidades. Elas existem. A timidez, por exemplo, pode ser uma reação exagerada do corpo nesse sentido, que pune sem motivo adequado.

Por extensão, poderíamos dizer que a “zoação”, ou seja, o ato de rir e fazer gozações às custas do outro com a sua presença, pode ser útil na moldagem de um comportamento social homogêneo e adequado. Talvez por isso ela seja tão praticada na nossa fase de desenvolvimento, quando moldamos nosso comportamento: a infância e a adolescência.

Será que devemos deixar nosso filho rir do garoto chorão?

8 comentários:

Carlini disse...

É necessaria, mas intensivamente pode prejudicar o individuo ou não, vai depender tbm de cada caso.

Leschar Rindaw disse...

Pois é. Depende da resistência ou vulnerabilidade da pessoa a esse tipo de repressão.

O bullying é um caso, como diria o Prof. formado em Letras Leonardo Teixeira, de exagero nesse sentido. Claramente se mostra como algo reprovável, que deve ser combatido.

Anônimo disse...

concordo.. axu q eu ainda seria choraum se n tivessem me zuado no colegio

Anônimo disse...

q bom! depois dessa jah posso chingar o gordinho da sala! obrigado, leschar!

Anônimo disse...

prefiro obedecer a minha mãe

Leschar Rindaw disse...

Bem... Eu não pedi pra ninguém zoar ninguém. Geralmente, quem zoa em excesso tem seus próprios problemas... Não to zuando.

Anônimo disse...

Engraçado... nunca consegui zoar ninguém, eu era do tipo que ia defender... até hoje sou assim, mesmo após ter crescido o suficiente para saber que nem 10% das pessoas merecem a defesa...

Leschar Rindaw disse...

Lembre-se que quando eu digo "zoar" não estou me referindo apenas àquela provocação maldosa, até mesmo violenta, não. Estou falando de coisas como rir do seu amigo quando ele tropeça e quase cai no chão, em público. Coisas que praticamente todo o ser humano faz, mesmo sem maldade.